Eu quero fugir da Copa

Copa do Mundo pra mim é um período de agonia, pois faço parte da minoria da minoria da minoria que não só não suporta futebol, mas nem em período de Copa se anima a torcer. Ou seja, eu sou uma pária total! (rssss).

Fico imaginando dúzias de situações inusitadas por conta da Copa.

No momento de um gol do Brasil, um cirurgião que opera com um fone no ouvido para acompanhar os jogos se descontrola e quase passa o bisturi no lugar errado.

Um advogado, também com seu fone de ouvido, grita “juiz filho da mãe!” durante uma audiência - referindo-se, obviamente, ao juiz que apita o jogo – e, mal interpretado pelo magistrado que preside o julgamento, vai parar no xilindró por desacato à autoridade.

Talvez até mesmo a prática do único esporte mais popular entre os homens do que o futebol, ou seja, o sexo, caia a níveis insignificantes durante os jogos da seleção brasileira. ;o)

Respeito esta admiração incondicional do brasileiro por futebol, que parece vir do berço. Assim como a admiração dos americanos pelo basquete. Mas este sentimento nunca me tocou.

Na Copa de 70, a família inteira reunida na sala me chamava a todo momento para torcer por nossos jogadores, mas eu curtia mais ficar no meu quarto, brincando de massinha. E torcia, em segredo, para a seleção italiana, que sempre teve os jogadores mais bonitos. (rsss).

Sei que existe outros excluídos como eu que, conforme sugeriu um amigo, fazem parte do grupo dos “Sem Bola”. Por isso faço aqui um apelo: apresentem-se, companheiros! Vamos mostrar que mesmo tendo que ver nossos entes queridos serem totalmente “dominados” por este frenesi, vemos a luz no fim do túnel. E ela não é verde e amarela! ;o))