12 novembro, 2010

Às vezes é melhor fazer uni duni tê


Por que escolher é tão difícil? Por que existem pessoas que levam uma vida inteira para escolher o que querem? Li um texto muito interessante um dia, intitulado “Não escolha demais. Seu cérebro pode pifar”, que gostaria de comentar com vocês. Ele fala das escolhas, principalmente quando as opções são muitas.  Um exemplo bobo: levanta o dedo aí quem nunca passou um tempão diante do cardápio de um restaurante decidindo o que comer (e no final acabou escolhendo o prato de sempre).

Mulheres, então, parecem demorar mais para decidir seja lá o que for. E eu posso falar isso de cadeira (rs). Quando o assunto é roupa, então, quintuplique este tempo. Seja escolhendo uma peça para comprar ou um modelito para sair. Os homens, coitados, descem ao inferno quando são obrigados a acompanhar suas digníssimas esposas / namoradas no shopping. São horas de indecisão. É um tal de experimenta, tira vestido, põe vestido – “O que você acha, amor?” – e pede outra cor, outro tamanho. Haja!

A indústria de cosméticos ganha fábulas de dinheiro oferecendo um arsenal de opções àquelas mulheres que não vivem, por exemplo, sem uns cinco cremes para se bezuntar diariamente. Foi-se o tempo em que bastava usar um xampu para cabelos secos, oleosos ou normais. Hoje o mercado oferece xampus para cabelos secos com raízes oleosas feito com polpa de abacate, hidratantes com filtro solar fator 30, 40, 50, 60, cremes “anti age” (contra rugas) para quem vai fazer 40, para quem já passou dos 40, para quem vai fazer 50, etc.

O excesso de opções realmente é um problema. Quando morei em São Paulo, costumava brincar dizendo que quando eu acabava de ler todas as opções de filmes, peças de teatro, exposições e eventos que o jornal publicava já estava na hora de me aposentar. Resultado: escolhia o programa mais próximo de casa.

Querem ver outra coisa? Eu gosto de ler a revista Vida Simples, que costuma trazer umas matérias interessantes. Ela me foi recomendada há alguns anos por uma amiga, e de lá pra cá gosto de, vez ou outra, comprar um exemplar. Quando vou à banca, fico surpresa com a quantidade de revistas que surgem e fico me perguntando se realmente existe público pra tudo isso. 
Na minha época, existiam pouco mais de meia dúzia de revistas. As mais conhecidas eram a Fatos e Fotos e a Manchete, de atualidades – esta com um time de colaboradores do porte de Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Fernando Sabino e Nelson Rodrigues; as revistas de fofocas Amiga e Contigo; a Capricho, primeiro com fotonovelas, depois direcionada às adolescentes; a Realidade, de jornalismo investigativo (fantástica!); a Cláudia e a Nova, para o público feminino – a primeira para a mulher mais tradicional, a segunda, para as mais moderninhas; a Manequim, de corte e costura – sim, ainda existia isso das mulheres costurarem e fazerem suas próprias roupas!; a Casa e Jardim, de decoração; as masculinas Playboy e Ele & Ela; a Quatro Rodas, de carro e viagens e a Placar, de esportes. Ah...e tinha também a Veja e a Isto é. A Veja ainda não era parcial como é hoje. Pode parecer muita revista, mas não era não, já que só havia meia dúzia de temas com, no máximo, duas revistas para cada tema.

Férias. Outro problema. Vamos supor que você queira planejar as suas férias de forma personalizada, sem recorrer aos pacotes de agências – o que é cada vez mais comum. Com certeza terá de consultar um sem número de sites para arrumar hotel, achar passagens mais em conta, trajetos mais viáveis, etc. Isso sem contar que terá de pedir dicas aos amigos que já estiveram nestes lugares para onde você deseja ir.  É quase uma operação de guerra. 

Mas como diz o texto citado no início deste post, se isso é importante para você, vá em frente. Perder tempo só com o que importa. O resto...é no uni duni tê.


Se a criatura, no entanto, ainda está no estágio 'Não sei se caso ou se compro uma bicicleta', o caminho a percorrer é longo. Muuito longo. ;o)

2 comentários:

  1. Adorei! O texto sobre as escolhas é ótimo, tua crônica está ótima e, agora, diante dos 20 a 30 bolos, tortas e outros doces fantáticos das docerias, vou ficar mesmo com um bom e velho brigadeiro... :o)
    Bjs!

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  2. Amei sua crônica e pasme!!!!!
    Me ví em várias situações enquanto da leitura do seu texto... ai que medo de mim...vou tentar me corrigir diante de tanta indecisão, credo!

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