29 outubro, 2010

A baleia e a solidariedade



Ôoo semaninha entediante, sô! À exceção da disputa Dilma x Serra, parece que o povo não teve outro assunto pra falar durante estes dias. Eu não vou colocar mais lenha nesta fogueira, pois não posso me dar ao luxo de perder a minha “meia-dúzia de três ou quatro leitores” (rs) por conta de uma polêmica que só terá fim daqui a quatro anos. Por isso decidi falar de um tema bem menos palpitante do que as eleições ou a estreia de Tropa de Elite 2 ou a morte do Senador Romeu Tuma ou o aniversário do Lula ou o caso da professora pedófila. Quero falar sobre a morte da baleia jubarte em Búzios (rs).

Para quem não acompanhou o caso, aí vai a sinopse: encalhada desde segunda-feira, quando rumava para a Antártida depois de cumprir seu ciclo reprodutivo no Nordeste, o animal, de 12 metros e 25 toneladas, não conseguiu esperar a maré encher para que o rebocador da Petrobras lhe puxasse de volta para o oceano e morreu na última quarta-feira.

Assim que li a notícia do encalhe, na terça-feira, fiquei torcendo para a jubarte sair dessa e no dia seguinte, curiosa, busquei informações sobre o caso na Internet. Qual não foi minha frustração quando descobri que, apesar das cinco tentativas de resgate, ela havia perdido a batalha. Neste caso não só ela, mas todas as pessoas que tentaram mantê-la com vida.

Vendo as fotos e assistindo aos vídeos da operação de resgate fiquei comovida com o esforço dos voluntários e bombeiros para salvar o animal. Acho que é porque as imagens me fizeram lembrar do quanto o ser humano pode ser solidário. Ao mesmo tempo, no entanto, fiquei matutando porque usamos tão pouco esta solidariedade no dia a dia.

Uma coisa é certa: quem pratica a solidariedade não o faz porque é bonzinho ou deseja alcançar o reino dos céus, mas porque a solidariedade dá prazer de fato. Ou seja, podemos até dizer que estas pessoas são...egoístas (rs). Algumas realizam seu trabalho na surdina, visitando hospitais para dar alento à quem não tem saúde, contando histórias para quem não pode ler, prestando serviço de graça para quem não pode pagar. Outros já o fazem com mais alarde, como os militantes de uma causa, que costumam organizar passeatas, agitar as massas e questionar governos.

Mas por que nem todos fazem isso? Falta de hábito? Pode ser. Afinal, sair do nosso conforto periodicamente para oferecer nossos préstimos em prol de algo que não está diretamente relacionado às nossas vidas ou fazer o bem sem olhar a quem exige um certo desprendimento que, pelo visto, nem todos nós cultivamos.

Será que solidariedade é algo que se deveria ensinar nas escolas? Ou em casa? Ou isso é de cada um e não há o que ensinar? Seja como for, é uma pena que ela não seja uma prática corriqueira em nosso cotidiano, pois a solidariedade facilita, e muito, a convivência humana. Assim como cultivar a tolerância em relação a quem é diferente de nós. Mas isso já é assunto para outro dia. ;o)


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